Somos os novos eternos adolescentes.

sinto que cada vez mais amadurecemos mais tarde, hoje somos adolescentes até sairmos de casa dos nossos pais, e as vezes ainda depois, nada nos é negado, os  nossos pais são nossos empregados, ainda nos passam a roupa a ferro, ainda nos fazem a cama, ainda nos fazem o jantar todos os dias...
Vejo que cada vez mais amadurecemos mais tarde, quando penso na minha avó que nasceu no mesmo século que eu, imagino como foi a infância dela, não foi, em criança ficou sem pai. Aos 10 anos deixou a escola (ou antes) e foi morar com a madrinha para aprender a ser costureira. A adolescência foi vivida como se fosse adulta. Hoje vejo que hoje vivemos em casa dos pais ate morrermos, não acho mal, se estamos sozinhos podemos fazer companhia, partilhar a vida.

(Compreendo, às vezes sinto que o tempo não passou, que ainda tenho 17 anos, porque não posso ter 17 anos? às vezes não quero fazer o jantar, não quero lavar a louça, não quero dobrar a roupa, não quero lavar os quartos de banho, não quero fazer a cama, basicamente não quero ser adulta, ter responsabilidades, mas tenho, literalmente agora não tenho quem o faça por mim, e as vezes ainda me custa a crer que ja se passaram 32 anos desde que nasci, porque parece que ainda no outro dia estava a entrar para a escola, ainda no outro dia estava a ir para o liceu, ainda no outro dia esta a ir para o secundário, ainda no outro dia entrava na universidade, ainda no outro dia estagiava no meu primeiro emprego, e o tempo passou... e Já não sou uma adolescente, tenho de meter isso na cabeça muitas vezes. As vezes ficamos à espera do "clique" e ele parece que não chega, já percebi que o clique é a maturidade, é o acordar e pensar que sou adulta e tenho de fazer as coisas por mim mesma mesmo que eu saiba que se eu pedir à minha mãe ela fará. Por isso custa-me ver algumas vidas ao meu redor onde parecem eternos adolescentes de 20 e 30 anos a morarem em casa dos pais. Os seus ordenados são para férias extravagantes, como se fossem pessoas de 40/50 anos já com a vida estabelecida e com o direito de terem ferias assim (pois trabalham à décadas e já lutaram bastante para o fazerem.) Os pais fazem o jantar, lavam a roupa, arrumam e limpam a casa tal empregados dos meninos e os filhos não capazes de quer de ter uma refeição sem estar com os telemóveis à mesa a fazer scroll 😥( os nossos pais boa são eternos sabiam? Mas a internet à partida é). Eles crescem mimados a pensar que são donos de tudo e merecem tudo e tem direito a tudo e que a vida é fácil? Que vida adulta sem responsabilidade e só regalias é esta? E só se queixam? O que estamos a ensinar às futuras gerações? Não lutam por nada, não querem responsabilizar-se por nada nem sacrificar-se por nada, Os nossos pais fizeram isso tudo, Sim fizeram por nós e para termos uma infância e adolescência mais tranquila, mas não significa que não chega a nossa vez de nos sacrificarmos por eles, pela nossa vida, e isso implica fazer-lhes companhia, não só quando vamos jantar o que as nossas mães fizeram, fazer a cama de lavado, aspirar a casa quando é preciso, afinal também a sujamos, não é "ajudar" é fazer o que nos é proposto. O que é justo fazer. Esta geração foi criada por pais "amigos" em vez de pais educadores e que ensinam por isso é diferente. Crescer é algo que custa, custa muito crescer, até os nossos pais se esquecem que crescemos, aos seus olhos seremos os seus eternos bebés, mas não é justo que vivamos como tal, nem para eles nem para nós. Tal como a borboleta ao sair do casulo, tem de o fazer sozinha se não definha atrofia e morre, nós se formos sempre ajudados pelos nossos pais e não tivermos lutas seremos inúteis e morreremos sem força, nem defesas. Temos de levar com dores da vida, esforço, sacrifício para nos tornarmos gente que valha a pena...